segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Plínio Salgado falou aos estudantes da Universidade Católica de São Paulo (parte inicial do artigo)


No dia 3 de agosto corrente, a convite do Centro de Debates da Sociedade de Criminologia da Faculdade de Direito da Universidade Católica de São Paulo, Plínio Salgado realizou uma conferência no salão nobre daquele estabelecimento. O amplo recinto achava-se literalmente cheio de estudantes, vivamente interessados em ouvir as palavras do autor da “Vida de Jesus”, de “Direitos e Deveres do Homem”, de “Conceito Cristão da Democracia” e tantas outras obras conhecidas e manuseadas pela mocidade estudiosa do nosso país.
Achavam-se presentes professores da Faculdade e de outras casas de ensino, os quais tomaram parte na mesa que presidiu a sessão. Esta foi aberta pelo quintanista Otaviano Junqueira, presidente do Centro de Debates, que, em brilhante discurso, pôs em destaque a significação da visita e conferência de Plínio Salgado, dando em seguida a palavra ao professor Heraldo Barbuy, para saudar o conferencista.
A oração do professor Barbuy foi primorosa e impressionante, fazendo a colocação do problema do Homem em nosso século em termos precisos e afirmando que tudo se reduz ao dilema com Deus ou sem Deus. E, passando a examinar a obra de Plínio Salgado, quer como escritor, quer como homem de ação, declarou que hoje, mais do que nunca, a doutrina pliniana se tornou necessária porque firma os conceitos verdadeiros do Homem, da Sociedade e do Estado. Terminou exaltando a tenacidade, a coerência, a capacidade de sacrifício de Plínio Salgado, sustentando o seu pensamento em meio a injustiças e incompreensões.
Grandes aplausos coroaram a oração do professor Heraldo Barbuy, tendo, logo depois, a palavra, Plínio Salgado, o qual durante uma hora e meia prendeu a atenção dos estudantes.
A conferência do autor de “Psicologia da Revolução” girou em torno da frase do último capítulo desse livro, que diz “A ordem – equilíbrio de forças, harmonia de movimentos – nós so a conseguiremos pondo ordem, antes de tudo, no pensamento nacional”.

(“A Marcha”, ano I, n. 26, 14 de agosto de 1953, p. 1).