No dia 3 de
agosto corrente, a convite do Centro de Debates da Sociedade de Criminologia da
Faculdade de Direito da Universidade Católica de São Paulo, Plínio Salgado realizou
uma conferência no salão nobre daquele estabelecimento. O amplo recinto achava-se
literalmente cheio de estudantes, vivamente interessados em ouvir as palavras
do autor da “Vida de Jesus”, de “Direitos e Deveres do Homem”, de “Conceito
Cristão da Democracia” e tantas outras obras conhecidas e manuseadas pela
mocidade estudiosa do nosso país.
Achavam-se presentes
professores da Faculdade e de outras casas de ensino, os quais tomaram parte na
mesa que presidiu a sessão. Esta foi aberta pelo quintanista Otaviano
Junqueira, presidente do Centro de Debates, que, em brilhante discurso, pôs em
destaque a significação da visita e conferência de Plínio Salgado, dando em
seguida a palavra ao professor Heraldo Barbuy, para saudar o conferencista.
A oração do
professor Barbuy foi primorosa e impressionante, fazendo a colocação do
problema do Homem em nosso século em termos precisos e afirmando que tudo se
reduz ao dilema com Deus ou sem Deus. E, passando a examinar a obra de Plínio
Salgado, quer como escritor, quer como homem de ação, declarou que hoje, mais
do que nunca, a doutrina pliniana se tornou necessária porque firma os conceitos
verdadeiros do Homem, da Sociedade e do Estado. Terminou exaltando a
tenacidade, a coerência, a capacidade de sacrifício de Plínio Salgado,
sustentando o seu pensamento em meio a injustiças e incompreensões.
Grandes aplausos
coroaram a oração do professor Heraldo Barbuy, tendo, logo depois, a palavra,
Plínio Salgado, o qual durante uma hora e meia prendeu a atenção dos
estudantes.
A conferência
do autor de “Psicologia da Revolução” girou em torno da frase do último capítulo
desse livro, que diz “A ordem – equilíbrio de forças, harmonia de movimentos –
nós so a conseguiremos pondo ordem, antes de tudo, no pensamento nacional”.
(“A Marcha”,
ano I, n. 26, 14 de agosto de 1953, p. 1).